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Trump e Bolsonaro, uma relação que incomoda o governo Lula

Publicada em 03/11/24 às 14:31h - 17 visualizações

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Trump e Bolsonaro, uma relação que incomoda o governo Lula
A proximidade do candidato do Partido Republicano com o bolsonarismo preocupa as áreas econômica, diplomática e o Palácio do Planalto. Na foto, Trump e Bolsonaro em 2019. (Foto: Alan Santos/PR)  (Foto: )

  • Porto Al A poucos dias da eleição americana, a avaliação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que os Estados Unidos devem ficar mais protecionistas, tanto com uma vitória de Donald Trump como de Kamala Harris. No entanto, a proximidade do candidato do Partido Republicano com o bolsonarismo preocupa as áreas econômica, diplomática e o Palácio do Planalto. Em entrevista ao canal francês TF1 na sexta-feira Lula chegou a dizer que estaria “torcendo” para a democrata ganhar.


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A poucos dias da eleição americana, a avaliação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que os Estados Unidos devem ficar mais protecionistas, tanto com uma vitória de Donald Trump como de Kamala Harris. No entanto, a proximidade do candidato do Partido Republicano com o bolsonarismo preocupa as áreas econômica, diplomática e o Palácio do Planalto. Em entrevista ao canal francês TF1 na sexta-feira Lula chegou a dizer que estaria “torcendo” para a democrata ganhar.

O maior acesso da oposição a Lula à Casa Branca poderia comprometer projetos econômicos de interesse do governo brasileiro, segundo assessores presidenciais. Nas palavras de um técnico da área econômica, “a questão não é o que Trump acha do Lula, mas o que o bolsonarismo diz a Trump o que pensa do Lula”.

Na entrevista de sexta, Lula disse que a possível vitória da sucessora de Joe Biden é importante “para o fortalecimento da democracia nos Estados Unidos”.

“Como eu sou amante da democracia, acho que é a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar nosso planeta, eu obviamente fico torcendo para Kamala Harris ganhar as eleições”, declarou.

A possibilidade de Trump vencer Kamala preocupa também sob o ponto de vista econômico. As promessas do republicano de aumentar as tarifas de importação a níveis elevados para proteger os produtores nacionais, e a redução de impostos domésticos, indicando menor capacidade fiscal, são combustíveis para a inflação e os juros americanos. O Brasil e outros países em desenvolvimento seriam diretamente afetados.

Na outra ponta, simpático à candidatura de Kamala, o governo Lula acredita que o humor da democrata com o Brasil será influenciado diretamente pelas relações sino-brasileiras. O presidente chinês, Xi Jinping, estará no Brasil este mês para uma visita de Estado à margem da cúpula de líderes do G20.

Entre alguns exemplos, uma eventual adesão ao Projeto Cinturão e Rota — programa chinês trilionário para investimentos em infraestrutura em nações em desenvolvimento conhecido como a Nova Rota da Seda — poderia se tornar um problema. O Brasil tem déficit comercial superior a US$ 1 bilhão/ano com os EUA, segundo maior parceiro do país, atrás da China, que nos rende superávit na casa de US$ 30 bilhões.

O desrespeito às normas e aos acordos internacionais é outro ponto citado por interlocutores do governo brasileiro, assim como as ameaças feitas por Trump a países que abandonarem o dólar, em um claro recado ao Brics. Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco é composto, hoje, por dez países em desenvolvimento, que discutem um sistema de pagamento no comércio que não inclua a moeda.

Para o governo Lula, um ponto a favor de Kamala é que os EUA presididos pelo democrata Joe Biden concordaram, junto com os demais países do G20, em defender o crescimento econômico com sustentabilidade, o que inclui aspectos sociais e ambientais. Pela postura assumida em seu primeiro mandato, Trump poderá voltar atrás nesse princípio, que foi considerado uma vitória do Brasil no G20. As informações são do jornal O Globo.




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