Treze veículos adquiridos com recursos movimentados em um esquema criminoso de lavagem de capitais, transportadora, construções imobiliárias, 150 cabeças de gado e fazendas fazem parte dos bens que pertenceriam a um detento da Cadeia Pública de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá.
Além de obter esses bens, o prisioneiro os administrava enquanto cumpria pena. Segundo a Polícia Civil, Janderson dos Santos Lopes, de 30 anos, saía da unidade prisional e circulava livremente pela cidade gerenciando seus bens.
Todos foram apreendidos em mais uma fase da Operação La Catedral, deflagrada no início desta semana.
A polícia reuniu relatórios financeiros de investigativos e identificou atividades ilegais envolvendo, principalmente, presos e o diretor da cadeia pública de Primavera do Leste.
Lá, foi criado um esquema para comprar facilidades, movimentar dinheiro obtido ilegalmente e, ainda, ofertar vantagens ilícitas a servidores públicos.
Para legitimar os valores recebidos, os investigados utilizaram pessoas jurídicas e físicas para movimentar os valores ilícitos e adquirir bens de forma que parecessem legais
O esquema, liderado por Janderson Lopes, contou com a participação do diretor da cadeia pública, também investigado e alvo de ordens judiciais e afastamento do cargo.
O crime incluía a venda de benefícios dentro da unidade prisional e, principalmente, a autorização de trabalho externo e alojamento privilegiado na cadeia.
A equipe policial apurou que o detento Janderson tinha autorização judicial para trabalhar externamente e frequentar a faculdade em Primavera do Leste. No entanto, no período apurado, foi constatado que ele não compareceu ao trabalho e nem às aulas do curso.
Ainda de acordo com as investigações, dados do relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), demonstraram transações realizadas entre os próprios investigados, corroborando, assim, os vínculos típicos de associação criminosa.
Entre fevereiro de 2022 e novembro do ano passado foram feitas movimentações bancárias em valores que vão de R$ 485 mil a R$ 24 milhões.
Além das transações entre si, os investigados também receberam créditos e efetuaram depósitos em contas bancárias de presos ou familiares de presos.
